Salário-Maternidade: guia para garantir esse direito em 2025

Autor: Queiroz & Guimarães

Você sabia que milhares de mães brasileiras perdem dinheiro todos os anos por não conhecerem completamente seus direitos ao salário-maternidade?

Este benefício fundamental, que deveria ser uma certeza na vida de toda mulher, ainda gera dúvidas e, pior, negativas indevidas do INSS.

A maternidade já traz desafios suficientes. Não deveria ser necessário lutar pelo que é seu por direito.

Se você está grávida, acabou de ter um bebê, ou conhece alguém nessa situação, este guia vai mostrar exatamente como garantir que você receba todos os valores que tem direito, evitando os erros mais comuns que custam caro às famílias brasileiras.

Por que este guia pode mudar sua situação financeira

Nos últimos 10 anos, nosso escritório acompanhou centenas de casos relacionados a benefícios previdenciários. Uma descoberta nos chamou atenção: 70% das mães que nos procuraram perderam dinheiro por desconhecerem regras específicas sobre o benefício.

Algumas perderam meses de pagamento. Outras receberam valores menores do que tinham direito. Muitas nem souberam que poderiam ter solicitado.

Este artigo vai equipar você com o conhecimento necessário para evitar esses problemas e garantir cada centavo que lhe pertence.

O que é o benefício e quem tem direito

O benefício da maternidade é uma proteção social destinada à mulher que acabou de ter um filho, seja por parto ou adoção. Funciona como uma “licença remunerada” que permite o cuidado com o bebê nos primeiros meses de vida.

Mas atenção: não são apenas as trabalhadoras com carteira assinada que têm direito. Esta é uma das maiores confusões que vemos.

Têm direito ao benefício: trabalhadoras CLT, autônomas contribuintes, trabalhadoras rurais, domésticas, microempreendedoras individuais (MEI), estudantes e até mesmo mulheres desempregadas em situações específicas.

Modalidades que você precisa conhecer

Para trabalhadoras com vínculo empregatício: o benefício é pago pelo próprio empregador, que depois é ressarcido pela Previdência Social. O valor corresponde ao salário integral da trabalhadora.

Para contribuintes individuais e MEI: o pagamento é feito diretamente pelo INSS, baseado na média dos últimos salários de contribuição, respeitando o teto previdenciário.

Para trabalhadoras rurais: o valor é de um salário mínimo, independentemente do valor da contribuição, desde que comprovem atividade rural.

Situações especiais que geram direito

A adoção também gera direito ao benefício, independentemente da idade da criança adotada. Esta regra mudou recentemente e muitas pessoas ainda não sabem.

Em casos de natimorto (bebê que nasce sem vida) após 23 semanas de gestação, a mãe mantém o direito aos 120 dias de benefício.

Guardiã judicial para fins de adoção também tem direito, desde que a guarda seja comprovada judicialmente.

Como calcular o valor do seu benefício

O cálculo varia conforme sua situação trabalhista, mas existe uma regra geral que se aplica à maioria dos casos.

Para empregadas CLT: o valor é 100% do salário, sem desconto. Se você ganha R$ 3.000, receberá R$ 3.000 durante a licença.

Para contribuintes individuais: é calculada a média dos 12 últimos salários de contribuição, dentro de um período de 18 meses anteriores ao afastamento.

Erro comum que reduz seu benefício

Muitas trabalhadoras autônomas contribuem sempre pelo valor mínimo para “economizar”. Isso é um erro que custa caro na hora do benefício da maternidade.

Se você contribui com R$ 1.518 (salário mínimo de 2025), seu benefício será no máximo R$ 1.518. Mas se contribuir com R$ 2.640, seu benefício pode chegar a este valor.

Vale fazer as contas: contribuir um pouco mais durante a vida pode resultar em milhares de reais a mais durante a licença.

Tempo de contribuição necessário

Trabalhadoras CLT: não precisam de carência. O benefício é devido desde o primeiro dia de trabalho.

Contribuintes individuais, autônomas e MEI: precisam de 10 meses de contribuição. Atenção: esses 10 meses não precisam ser consecutivos.

Trabalhadoras rurais: precisam comprovar 10 meses de atividade rural nos últimos 24 meses.

Quando e como solicitar o benefício

O benefício pode ser solicitado 28 dias antes da data prevista do parto ou até 92 dias após o nascimento ou adoção.

Documentos essenciais: CPF, documento de identidade, comprovante de residência atualizado, certidão de nascimento da criança (ou declaração do hospital) e comprovantes de contribuição.

Para casos de adoção: além dos documentos básicos, é necessário apresentar o termo de guarda judicial ou a nova certidão de nascimento com o nome dos pais adotivos.

Passo a passo para o pedido

Acesse o site Meu INSS ou baixe o aplicativo no seu celular. É possível fazer todo o processo online, sem precisar sair de casa.

Clique em “Novo Pedido” e procure por “Salário-Maternidade”. O sistema vai guiá-la através das perguntas necessárias.

Anexe todos os documentos digitalizados. Certifique-se de que estejam legíveis e completos. Documentos ilegíveis podem atrasar ou negar o benefício.

Prazo para análise e pagamento

O INSS tem até 45 dias para analisar o pedido. Porém, na prática, muitos casos são resolvidos em menos tempo.

O primeiro pagamento deve ocorrer até 30 dias após a aprovação. Os pagamentos seguintes acontecem mensalmente, sempre no mesmo dia.

Em caso de atraso injustificado, você tem direito a juros e correção monetária sobre os valores devidos.

Duração do benefício por situação

Parto normal ou cesárea: 120 dias (4 meses) de benefício, que podem ser estendidos por mais 15 dias em casos de parto prematuro.

Adoção ou guarda judicial: 120 dias, independentemente da idade da criança adotada. Essa uniformização é recente e beneficia muitas famílias.

Aborto não criminoso: 14 dias de benefício, comprovado por atestado médico.

Licença estendida: quando é possível

Empresas participantes do Programa Empresa Cidadã podem estender a licença por mais 60 dias, totalizando 180 dias (6 meses).

Durante esses 60 dias extras, o pagamento é feito pela empresa, que recebe benefícios fiscais em troca.

Verifique se sua empresa participa deste programa. É um direito que pode fazer diferença significativa para sua família.

Problemas comuns e como resolver

Benefício negado por “falta de documentação”: muitas vezes, o problema não é a falta, mas documentos apresentados incorretamente. Organize tudo com cuidado antes de enviar.

Atraso no pagamento: se passou do prazo legal, você pode entrar com pedido administrativo no próprio INSS exigindo o pagamento com juros.

Valor menor que o esperado: confira se todos os seus períodos de contribuição foram considerados. Erros no sistema são mais comuns do que deveriam.

Quando buscar ajuda especializada

Se seu benefício foi negado sem motivo aparente, se o valor está errado, ou se você está há mais de 60 dias esperando uma resposta, é hora de buscar orientação jurídica especializada.

Muitas vezes, um recurso bem fundamentado resolve a situação rapidamente, garantindo não apenas o benefício, mas também o pagamento retroativo de todo o período perdido.

Nossa experiência mostra que grande parte dos problemas com benefícios previdenciários podem ser resolvidos, desde que se conheça o caminho correto.

Direitos especiais para situações específicas

Mães de prematuros: têm direito a prorrogar o benefício pelo período que a criança ficar internada, até o limite de 15 dias adicionais.

Casos de natimorto: o benefício é devido normalmente pelos 120 dias, reconhecendo que a mãe passa pelo mesmo processo físico e emocional.

Trabalhadoras rurais: além do benefício em dinheiro, mantêm direito ao atendimento médico pelo SUS durante todo o período.

Acúmulo com outros benefícios

É possível acumular o benefício da maternidade com auxílio-acidente ou aposentadoria por invalidez, desde que os fatos geradores sejam diferentes.

Não é possível acumular com auxílio-doença, pois ambos são benefícios por incapacidade temporária.

O benefício também não impede o recebimento de auxílio-creche ou outros benefícios trabalhistas oferecidos pela empresa.

Planejamento financeiro durante a licença

Use este período para organizar suas finanças familiares. Com a chegada do bebê, os gastos aumentam significativamente.

Considere que o benefício garante sua renda pelos primeiros 4 meses. Planeje-se para os custos adicionais: fraldas, medicamentos, consultas médicas.

Se você é MEI ou autônoma, organize-se para manter suas contribuições em dia mesmo durante o afastamento, garantindo que não haja lacunas na sua vida contributiva.

Retorno ao trabalho: seus direitos

Trabalhadoras CLT têm estabilidade no emprego até 5 meses após o retorno da licença. Ou seja, não podem ser demitidas sem justa causa durante este período.

O empregador deve garantir as mesmas condições de trabalho que você tinha antes da licença, incluindo função, salário e benefícios.

Em caso de demissão durante a estabilidade, você tem direito à reintegração ou ao pagamento de indenização equivalente aos salários do período.

Conclusão: sua tranquilidade financeira está garantida

A maternidade é um dos momentos mais especiais da vida de uma mulher. Não deveria ser motivo de preocupação financeira ou burocrática.

Com as informações deste guia, você está equipada para garantir todos os seus direitos relacionados ao benefício da maternidade. Desde o cálculo correto do valor até os prazos para solicitação, você agora conhece o caminho para uma licença tranquila.

Lembre-se: este é um direito conquistado e garantido por lei. Não aceite menos do que merece.

Se você está vivendo essa fase especial ou conhece alguém que precisa dessas informações, compartilhe este conhecimento. Cada mãe que recebe corretamente seu benefício é uma vitória para todas as famílias brasileiras.

Continue a leitura: 4 benefícios previdenciários para trabalhadores autônomos: o que você precisa saber

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