Pensão por invalidez para doenças psiquiátricas: quais os critérios do INSS?

Autor: Queiroz & Guimarães

A pensão por invalidez é um benefício previdenciário destinado a segurados do INSS que não podem mais trabalhar devido a uma incapacidade permanente.

No caso de doenças psiquiátricas, muitos trabalhadores enfrentam dificuldades para obter esse direito, pois o INSS exige critérios rigorosos para a concessão do benefício.

Se você ou um familiar precisa desse benefício, entender as regras pode evitar erros no pedido e aumentar as chances de aprovação. Neste artigo, explicamos os critérios do INSS para conceder a pensão por invalidez para doenças psiquiátricas e como garantir esse direito.

1. Quem tem direito à pensão por invalidez?

A pensão por invalidez é concedida a segurados do INSS que estão incapacitados permanentemente para qualquer atividade profissional.

Essa incapacidade precisa ser comprovada por exames médicos e avaliação pericial.

No caso das doenças psiquiátricas, o principal desafio é demonstrar que o segurado não tem condições de exercer qualquer trabalho, mesmo com tratamento médico.

O benefício pode ser solicitado por:

  • Trabalhadores com carteira assinada.
  • Contribuintes individuais ou facultativos.
  • Segurados especiais, como trabalhadores rurais.

Quem nunca contribuiu para o INSS não tem direito à pensão por invalidez, exceto em casos de doenças graves adquiridas enquanto a pessoa já era segurada.

2. Quais doenças psiquiátricas dão direito à pensão por invalidez?

O INSS não possui uma lista oficial de doenças que garantem o benefício. O que define a concessão é o grau de incapacidade do segurado, e não somente o diagnóstico da doença.

Doenças psiquiátricas mais comuns que podem levar à concessão da pensão por invalidez:

  • Esquizofrenia grave.
  • Transtorno bipolar severo.
  • Depressão profunda incapacitante.
  • Síndrome do pânico severa.
  • Autismo severo.
  • Demência, incluindo Alzheimer avançado.
  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) incapacitante.
  • Transtornos psicóticos persistentes.

O segurado precisa provar que a doença compromete suas funções cognitivas ou emocionais a ponto de impossibilitar a realização de qualquer trabalho.

3. Como o INSS avalia a incapacidade psiquiátrica?

A pensão por invalidez só é concedida após uma perícia médica do INSS, na qual um médico perito analisa a condição do segurado.

O perito avalia:

  • Exames médicos recentes.
  • Laudos de psiquiatras e psicólogos.
  • Histórico de tratamentos, incluindo internações.
  • Relatos sobre o impacto da doença no dia a dia.

É comum que o INSS negue o benefício alegando que o segurado ainda pode ser reabilitado para outra função. Por isso, é fundamental apresentar laudos detalhados e bem fundamentados.

4. Como garantir a concessão da pensão por invalidez?

Para aumentar as chances de aprovação da pensão por invalidez, siga essas recomendações:

  • Apresente laudos médicos completos, emitidos por psiquiatras de confiança.
  • Inclua relatórios de psicólogos que acompanham o tratamento.
  • Junte comprovantes de uso de medicamentos controlados.
  • Se houver internações psiquiátricas, anexe relatórios do hospital.
  • Caso já tenha recebido auxílio-doença, mostre que a incapacidade se tornou permanente.

Se o benefício for negado, o segurado pode recorrer administrativamente ou entrar com uma ação judicial.

5. O INSS pode cortar a pensão por invalidez?

Sim. O INSS pode revisar o benefício e cancelar a pensão por invalidez caso entenda que houve melhora na condição do segurado.

Regras sobre a revisão:

  • O INSS pode convocar o segurado para uma nova perícia médica a cada dois anos.
  • Se houver indícios de recuperação, o benefício pode ser suspenso.
  • Segurados com mais de 60 anos ou que recebem a pensão há mais de 15 anos ficam isentos da revisão.

Se o benefício for cancelado indevidamente, é possível recorrer ou ingressar com ação judicial para restabelecê-lo.

6. Diferença entre auxílio-doença e pensão por invalidez

Muitas pessoas confundem esses benefícios. A principal diferença é que o auxílio-doença é temporário, enquanto a pensão por invalidez é definitiva.

  • Auxílio-doença: concedido quando há incapacidade temporária.
  • Pensão por invalidez: concedida quando há incapacidade permanente e irreversível.

Se o segurado recebe auxílio-doença e a condição se agrava, ele pode solicitar a conversão para a pensão por invalidez.

7. Como recorrer se a pensão por invalidez for negada?

Se a pensão por invalidez for negada, o segurado pode contestar a decisão por meio de um recurso administrativo no próprio INSS ou recorrer à Justiça.

Passos para recorrer:

  1. Solicite uma cópia do laudo pericial do INSS.
  2. Reúna novos exames, laudos e documentos médicos.
  3. Apresente um recurso no INSS no prazo.
  4. Se o recurso for negado, consulte um advogado previdenciário para entrar com ação judicial.

Muitos segurados só conseguem o benefício na Justiça, pois a perícia judicial costuma ser mais detalhada do que a do INSS.

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Conclusão

A pensão por invalidez para doenças psiquiátricas pode ser difícil de obter, mas com documentação bem preparada e orientação adequada, é possível garantir esse direito.

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